sábado, 22 de outubro de 2011

Narrativa em pretérito perfeito



Não havia nada lá. A parte frontal, acima de cada olho, latejava. Cada palavra pesava mais do que a anterior. Não fazia sentido, o tempo não passava.
"Esvaziar o discurso deles" foi a última frase. Permaneceu assim pelo relógio relativo de três horas. Não fazia sentido. Não havia mais nada.
...
Havia sim. Eu estava lá. Cizento e robusto, enrubrecido e flácido. Vivo, talvez. Não fazia sentido e as frases caiam qual corpos no chão.
A linguagem se mantém, o caráter já não.
...
Esvaziamento do homem, olhar fixo ao vazio- do que, aliás? Não se sabe. Não importa- cinto minutos do tempo real se perderam.
Quanto falta?

RF

Um comentário:

Aninha disse...

Que estética bonita !!! muito poético e significativo ... adorei s2