sexta-feira, 22 de maio de 2009

Efêmero


O relógio segue seu rumo
O tempo segue seu caminho
Desgovernado, rude, sobretudo
Mesquinho.

O ponteiro segue rápido
O segundo segue frio
Surtado, seco, sobretudo
Vazio.

RF

sábado, 9 de maio de 2009

Elegia às Rimas Pobres


Costumava morrer todos os dias
à espera de alguém que não viria
Buscando o que na verdade
não existia.

Quando me encontrei em tardes vazias,
tudo era triste e vago
A noite era fria.

Uma ideia me surgia
O veneno tão doce parecia
E aquela noite que acabara
eu jamais esqueceria.

RF


sexta-feira, 1 de maio de 2009

Dantesco


Mortalha da morte, espectro de algo que já não mais é. Semblante misterioso que anda pela umbria,
afinal quem é?
Sou Aquele que habita no último dos abismos, onde as vozes jazem veladas e o pão apodrece sobre o lixo. Aquele já sem valor que caça para viver e vive sem existir,
quem me invoca?
RF